sábado, 21 de maio de 2011

Tema 3 - Perspectiva dialógica das interacções

Qualquer organização escolar deveria aspirar a ser uma “organização aprendente” e, concordando com Azevedo e Nascimento (2007), deveria adoptar como prática comum “a procura de novas formas de pensamento e acção”.
Esta procura só terá sentido através da mobilização de saberes, experiências e sentimentos dos diversos intervenientes da organização escolar. A abordagem, a construção de sentidos, de caminhos não pode ser unilateral ou monológica, tem que ser dialógica.
Como refere Azevedo e Nascimento (2007), “esse sentido dialogicamente construído, assume-se como catalisador da “energia organizacional” (Pina e Cunha et al., 2006) na medida em que oferece um horizonte de visão, estimula o empenho e a participação, acarinha os diferentes contributos, impulsiona o movimento e mantém a esperança.”
Efectivamente, à escola é cometido o desafio, e a responsabilidade, de proporcionar a todos os seus alunos igualdade de oportunidades no acesso e, sobretudo, no sucesso, “independentemente da sua proveniência ou características”. (Ribeiro et al., n.d.)
No actual contexto, a escola vê-se na necessidade de se dotar de meios que conduzam a respostas no âmbito da intervenção socioeducativa. Neste cenário, nas escolas crescem modalidades de apoio aos alunos nomeadamente a tutoria.
Esta modalidade de apoio bem como as competências do professor tutor estão legalmente enquadradas mas, em minha opinião e considerando o contexto escolar em que me insiro, completamente desvirtuadas na operacionalização diária.
Em diversas actas de reuniões de avaliação do final do 2.º período verifiquei registos de faltas às sessões de tutoria, isto é, o professor esteve sentado numa sala de aula a aguardar que o aluno aparece-se para a “sessão”. Acredito que a manter-se esta atitude por parte do professor tutor manter-se-á a distância por parte do aluno.
Concordando com Nascimento e Azevedo (2007), o professor tutor tem que surgir como “aquele que é capaz de potenciar o projecto de vida daquele a quem acolhe, contribuindo, numa perspectiva processual de prestação de cuidado e de compromisso, para que este último se assuma como construtor do seu sentido de vida”.
Azevedo, N., & Nascimento, A. (2007) Modelo de Tutoria: Construção Dialógica de Sentido(s). Interacções, 7, 97-115.
Ribeiro, E et al., (n.d.) A tutoria em contexto de ensino não superior: proposta de acompanhamento socioeducativo em equipa multidisciplinar. Centro de Estudos em Educação, Tecnologias e Saúde.

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