O Interaccionismo Simbólico, segundo Borelli (2005), tem “como premissa principal a natureza simbólica da vida social, o estudo da interpretação a partir dos símbolos provenientes dos actores em suas “atitudes interactivas””.
Herbert Blumer partiu de três premissas para definir interacção simbólica, a saber:
1.ª “Os seres humanos actuam em relação às coisas e a outras pessoas (…)com base nos significados que as coisas têm para eles”;
2.ª “O significado de tais coisas é derivado de, ou surge, da interacção social que a pessoa tem com os seus companheiros”;
3.ª “Esses significados são estabelecidos e modificados através de um processo interpretativo” (Mendonça, 2002)
São conceitos centrais do Interaccionismo Simbólico a definição da situação e o self social.
A definição da situação permite entender as bases da acção bem como as implicações de diversas definições para o comportamento humano.
“A ideia de self social encerra a abordagem do ser humano como uma complexa mistura de instintos biológicos e obrigações sociais internalizadas.” (Mendonça, 2002)
Na medida em que o ser humano interpreta acções e não apenas reage, uma vez que a resposta de um individuo a uma acção de outro tem por base o significado que o primeiro atribui à acção, o sentido e/ou significado das coisas para os diversos intervenientes da organização escolar são de extrema importância para que efectivamente haja comunicação, para que haja entendimento, consonância, entre as partes em interacção.
Cabe aos adultos ouvir e compreender os significados que os alunos transportam mas também, em minha opinião, como educadores que são, construir significados com estes seres em formação. Como referem Costa e Matos (2007) “o self dos indivíduos é construído e interiorizado num processo mútuo de projecção e introjecção de significados”.
A escola tem que responder às necessidades sociais e emocionais dos seus alunos, “oferecendo condições para o seu desenvolvimento psicológico como um todo, modelando comportamentos e atitudes de forma consistente, e desenvolvendo regras e limites sólidos e coerentes que estruturem os seus comportamentos”. (Costa e Matos, 2007)
Borelli,V. (2005) "É impossível não comunicar”: reflexões sobre os fundamentos de uma nova comunicação. Diálogospossíveis, 2, 71-84
Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
Mendonça, J. (2002). Interaccionismo simbólico: uma sugestão metodológica para a pesquisa em administração. REAd: Edição 26, vol.8, n.º2.
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